sexta-feira, 27 de setembro de 2024

A saúde mental e o horário de verão

 


O horário de verão é uma prática que, embora tenha como objetivo a economia de energia, vem sendo amplamente discutida por seus potenciais efeitos adversos sobre a saúde mental e física da população. Alterações no relógio biológico podem causar desconfortos temporários, mas há quem defenda que esses impactos podem ser mais profundos, especialmente em relação ao bem-estar mental.


Efeitos na Saúde Mental


Adaptação e Desconforto


A mudança de horário pode desregular o ciclo circadiano das pessoas, causando fadiga, sonolência excessiva e dificuldade de concentração. Nas primeiras semanas após a implementação do horário de verão, é comum notar uma queda no desempenho em atividades diárias, como trabalho e estudos, além de um aumento no risco de acidentes. Embora não existam evidências claras de que o fim do horário de verão cause depressão no Brasil, onde a luz solar é abundante, o desconforto gerado pode ser significativo, especialmente para aqueles mais sensíveis às mudanças.


Impacto em Transtornos Mentais


Pesquisas apontam que a adaptação abrupta aos novos horários pode intensificar sentimentos de estresse e irritabilidade. A privação de sono, ocasionada pela mudança de horário, afeta a produção de hormônios cruciais, como a melatonina e o cortisol, o que pode aumentar a predisposição a problemas psicológicos, como depressão, e até agravar quadros mais graves, como a ideação suicida. Pessoas com transtornos do sono ou que já apresentam dificuldades para dormir tendem a ser as mais afetadas.


Efeitos Físicos


Riscos Cardiovasculares


O impacto do horário de verão vai além da saúde mental. Há um aumento nos casos de eventos cardiovasculares, como infartos, nas semanas subsequentes à mudança de horário. Esse aumento está relacionado ao estresse causado pela alteração no ritmo biológico, que afeta negativamente o sono e eleva os níveis de cortisol, hormônio ligado ao estresse.


Acidentes de Trânsito


A desatenção provocada pela sonolência e pelo processo de adaptação ao novo horário também tem consequências no trânsito. Estima-se que a taxa de acidentes de trânsito aumente em até 8% logo após a implementação do horário de verão, destacando o impacto da privação de sono não apenas na saúde individual, mas também na segurança pública.


Considerações Finais


Embora algumas pessoas se ajustem rapidamente ao horário de verão, muitos enfrentam dificuldades que impactam tanto a saúde física quanto mental. A discussão sobre a manutenção ou eliminação dessa prática continua em destaque, com especialistas apontando que o custo à saúde pode superar os benefícios econômicos que ela proporciona. Promover um alinhamento mais natural entre os ritmos biológicos e os horários sociais pode ser uma alternativa para melhorar o bem-estar da população.


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