segunda-feira, 24 de março de 2025

As Praias Classificadas como Impróprias para Banho pela CETESB: Riscos, Causas e Como se Proteger


Introdução

O litoral de São Paulo é um dos principais destinos de férias do Brasil. Contudo, nem todas as praias são seguras para banho. A qualidade da água pode estar comprometida por diversos fatores, e para informar a população, a CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) realiza análises periódicas e classifica as praias como próprias ou impróprias. Neste artigo, você vai entender o que isso significa, os riscos envolvidos, e como se proteger.

O Que Significa uma Praia Ser Imprópria para Banho?

Quando uma praia é considerada imprópria, significa que a água apresenta altos índices de contaminação microbiológica, principalmente de bactérias fecais como Escherichia coli ou Enterococcus. Isso indica que há presença de esgoto doméstico ou dejetos animais na água. Mergulhar em uma praia nessas condições pode trazer sérios riscos à saúde.

A classificação é baseada em critérios definidos pela resolução CONAMA nº 274/00, e leva em conta a presença desses micro-organismos em diversas amostras coletadas ao longo de cinco semanas. Se quatro dessas amostras apresentarem contaminação acima dos limites permitidos, a praia recebe o selo de imprópria.

Como a CETESB Avalia a Qualidade da Água das Praias

O trabalho da CETESB é técnico e contínuo. Semanalmente, técnicos coletam amostras de água de mais de 170 pontos do litoral paulista. Essas amostras são analisadas em laboratório e recebem uma nota com base na quantidade de bactérias por 100 ml de água. Além disso, são consideradas variáveis como chuvas, resíduos visíveis, e outros sinais de poluição.

A classificação vai de excelente até imprópria. Quando as bactérias ultrapassam os limites estabelecidos por lei ou há indícios de poluição química, a praia é desaconselhada para banhistas.

Principais Causas da Contaminação das Praias

A origem da poluição nas praias está diretamente relacionada à ação humana. As principais causas incluem o despejo de esgoto sem tratamento diretamente no mar, o descarte inadequado de lixo, e a drenagem de águas pluviais que carregam dejetos das ruas para os oceanos.

O crescimento urbano desordenado também é um grande vilão. Muitas cidades litorâneas não contam com infraestrutura suficiente para tratar os resíduos gerados, especialmente durante a alta temporada, quando a população local pode triplicar.

Outros fatores incluem rompimento de tubulações, lançamento de resíduos industriais, e até mesmo embarcações despejando esgoto diretamente no mar.

Lista Atualizada das Praias Impróprias em 2025

Segundo o relatório mais recente da CETESB, publicado em fevereiro de 2025, 62 praias no estado de São Paulo estavam impróprias para banho. Isso inclui pontos em todas as regiões litorâneas do estado.

No Litoral Norte, destacam-se as praias do Itaguá, Perequê-Mirim e Santa Rita em Ubatuba; Prainha em Caraguatatuba; e Itaguaçu e Itaquanduba em Ilhabela.

Na Baixada Santista, são exemplos críticos as praias do Gonzaga, Boqueirão e Embaré em Santos; Enseada e Perequê no Guarujá; além de grande parte das orlas de São Vicente e Praia Grande.

Já no Litoral Sul, Itanhaém, Mongaguá e Peruíbe também apresentam trechos recorrentes de contaminação, em especial em bairros mais urbanizados ou próximos a rios e canais.

Impactos da Contaminação para a Saúde dos Banhistas

Banhar-se em águas contaminadas pode parecer inofensivo à primeira vista, mas os riscos são diversos e sérios. O contato com bactérias fecais pode provocar doenças como gastroenterite, infecção de ouvido, conjuntivite, dermatites e até infecções respiratórias.

A ingestão acidental de água contaminada é uma das principais vias de contaminação. Crianças, idosos e pessoas com baixa imunidade são mais suscetíveis aos efeitos nocivos. Além disso, quem possui cortes na pele ou feridas abertas deve evitar o contato com a água imprópria.

Em períodos de grande movimento turístico, o número de casos de doenças associadas ao banho de mar contaminado costuma aumentar nos prontos-socorros da região. Portanto, estar atento à balneabilidade da praia é um cuidado essencial.

Como Saber se a Praia Está Própria ou Imprópria para Banho

A forma mais segura de verificar a condição da água de uma praia é consultar os relatórios semanais da CETESB. Esses dados estão disponíveis no site oficial da companhia e também são afixados em placas visíveis nas praias.

As placas seguem um padrão simples: verde para áreas próprias e vermelha para impróprias. Além disso, existem aplicativos e portais de turismo que também divulgam as condições em tempo real.

É importante lembrar que a qualidade da água pode variar rapidamente, especialmente após chuvas. Portanto, o ideal é checar a situação da praia no mesmo dia da visita.

Consequências Ambientais da Poluição nas Praias

A contaminação das praias não afeta apenas os seres humanos, mas também os ecossistemas marinhos. A descarga de esgoto no oceano provoca desequilíbrios na fauna e flora, impactando diretamente peixes, moluscos, corais e algas.

O excesso de nutrientes provenientes de fezes e urina, por exemplo, favorece a proliferação de algas tóxicas, que afetam tanto a biodiversidade quanto a qualidade da água. Peixes morrem, recifes de coral são sufocados e aves marinhas ingerem plásticos e detritos.

A poluição também prejudica a atividade pesqueira e o turismo, dois pilares econômicos importantes das cidades litorâneas.

A Importância da Fiscalização e Saneamento Básico

Fiscalização e saneamento básico são dois elementos indispensáveis para resolver o problema da balneabilidade das praias. A fiscalização garante que empresas e prefeituras estejam cumprindo normas ambientais, evitando lançamentos ilegais de esgoto.

Já o saneamento básico é a solução definitiva: com coleta e tratamento de esgoto eficientes, os resíduos deixam de ser despejados in natura nos rios e no mar. Municípios que investem nesse setor conseguem reverter a classificação de praias impróprias em poucos anos.

Além disso, ações educativas são importantes para conscientizar a população sobre o descarte correto de resíduos e a preservação dos corpos d’água.

Como o Cidadão Pode Contribuir para a Qualidade das Praias

O cuidado com as praias começa em casa. Não jogar lixo nas ruas, não descartar óleo de cozinha na pia, manter o imóvel conectado à rede de esgoto e economizar água são atitudes que fazem a diferença.

Ao visitar uma praia, leve uma sacola para recolher seu lixo. Se vir alguém poluindo o ambiente, oriente ou denuncie às autoridades locais. Se mora próximo ao mar, evite lavar calçadas com mangueiras ou jogar água suja na rede de drenagem.

Além disso, compartilhe informações confiáveis sobre balneabilidade e incentive outras pessoas a respeitarem o meio ambiente.

A CETESB é o órgão responsável por monitorar a balneabilidade das praias no Estado de São Paulo e garantir que os padrões ambientais sejam cumpridos. A companhia atua como uma espécie de “vigia do mar”, fiscalizando a qualidade da água e pressionando os órgãos competentes a corrigirem problemas estruturais, como o despejo irregular de esgoto e a falta de saneamento básico.

Além disso, a CETESB realiza um trabalho essencial de divulgação das informações, permitindo que qualquer pessoa tenha acesso aos dados atualizados. Por meio do site oficial, é possível consultar quais praias estão próprias ou impróprias, acessar gráficos históricos e entender melhor o que influencia na qualidade da água.

O trabalho da companhia vai além da coleta de dados. Em muitos casos, ela emite pareceres técnicos, aplica multas ambientais, embarga obras irregulares e orienta municípios sobre medidas corretivas. Essa atuação é fundamental para proteger não apenas os banhistas, mas todo o ecossistema costeiro do estado.

Outro ponto positivo é que a CETESB tem investido na educação ambiental, promovendo campanhas para incentivar a população a cuidar das praias, denunciar irregularidades e agir com responsabilidade ambiental.

Como Escolher uma Praia Segura para o Verão

Escolher onde curtir o verão vai muito além da paisagem bonita. A segurança da água é essencial. Antes de preparar o guarda-sol e a esteira, é fundamental saber se a praia está com boa qualidade de água. Para isso, uma consulta rápida ao site da CETESB pode salvar sua saúde — e seu passeio.

Praias distantes de áreas urbanas e longe da foz de rios geralmente são mais seguras. Essas regiões têm menos influência da poluição urbana e tendem a manter a água limpa por mais tempo. Outra dica é observar se a praia tem vegetação nativa preservada, como restinga e mangue — isso é um ótimo sinal de equilíbrio ecológico.

Evite praias próximas a canais, rios urbanos, portos ou regiões onde há muito esgoto lançado no mar. Esses locais acumulam mais resíduos e têm maior chance de contaminação. Dê preferência a praias que já receberam selos de qualidade, como a Bandeira Azul, que avalia critérios como saneamento, segurança e gestão ambiental.

Observe também a movimentação do mar. Águas calmas e paradas tendem a reter mais sujeira, enquanto locais com correnteza leve costumam ser mais oxigenados e limpos.

Fique atento às placas informativas. Elas geralmente estão localizadas em pontos estratégicos e sinalizam a condição da água. Se estiver vermelha, não entre. Se estiver verde, aproveite com responsabilidade.

Iniciativas de Recuperação e Requalificação das Praias

Muitas praias consideradas impróprias hoje já passaram por processos de recuperação no passado. E isso mostra que a situação pode mudar com o tempo, desde que haja compromisso e investimento. Algumas cidades, como Santos, Guarujá e Ilhabela, têm apostado na recuperação de sistemas de esgoto e na requalificação ambiental como forma de melhorar a balneabilidade.

Essas ações envolvem não só a ampliação das redes de tratamento, mas também o replantio de vegetação, reurbanização da orla, ações educativas e monitoramento constante. São políticas públicas de médio e longo prazo que resultam em benefícios concretos.

Projetos como o “Programa Praia Limpa” e iniciativas regionais financiadas com recursos do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (FEHIDRO) têm mostrado bons resultados. Algumas praias que eram impróprias por anos seguidos conseguiram, em poucos verões, melhorar sua classificação graças a obras estruturais e conscientização da comunidade.

Outro exemplo positivo são os mutirões de limpeza, realizados por voluntários e ONGs em parceria com a prefeitura. Eles ajudam a remover o lixo da areia e do mar e estimulam a população a se envolver mais ativamente na preservação.

A experiência mostra que, com esforço conjunto entre governo, sociedade e empresas, é possível reverter o quadro de degradação e devolver à população praias limpas e seguras.

As Praias Mais Limpas e Confiáveis de São Paulo

Apesar das muitas praias impróprias, o litoral paulista ainda guarda verdadeiros refúgios de águas limpas. Praias que, ano após ano, mantêm excelentes índices de balneabilidade e são destinos perfeitos para quem quer curtir o mar sem preocupações.

No Litoral Norte, a Praia do Félix e a Praia da Fazenda, em Ubatuba, estão entre as mais preservadas. Em Ilhabela, a Praia do Julião e a Praia do Bonete se destacam por sua beleza natural e excelente qualidade da água.

Na Baixada Santista, a Praia do Tombo, no Guarujá, é uma das poucas que já recebeu o selo internacional Bandeira Azul — reconhecimento dado apenas às praias com excelente gestão ambiental, segurança, acessibilidade e qualidade da água.

Em São Sebastião, praias como Camburi, Juquehy e Baleia também são bem avaliadas pela CETESB. Já em Caraguatatuba, a Praia da Mococa é uma das mais seguras da região.

No Litoral Sul, vale a pena visitar a Prainha e o Guaraú, em Peruíbe, que se mantêm entre as mais limpas, mesmo em épocas de maior movimento.

Essas praias não são apenas belas — elas também são exemplos de que é possível manter a natureza preservada mesmo com a presença humana. Ao escolhê-las, você apoia destinos que valorizam a sustentabilidade.

Conclusão

A qualidade das águas do nosso litoral é um reflexo direto das nossas escolhas como sociedade. O aumento no número de praias impróprias para banho, divulgado pela CETESB, deve ser visto como um alerta — não apenas para evitar doenças, mas para repensar nossa relação com o meio ambiente.

Evitar banhos em locais contaminados, respeitar as sinalizações, cobrar saneamento das autoridades e adotar atitudes conscientes no dia a dia são passos simples, mas poderosos, rumo a um litoral mais limpo, seguro e saudável.

Cuidar das praias é cuidar de nós mesmos. E o esforço de cada um pode fazer a diferença no coletivo.

FAQs

1. Como saber se a praia está imprópria para banho?
Consulte o site da CETESB ou observe as placas instaladas nas praias. Elas indicam a condição da água com cores e informações atualizadas.

2. Posso tomar banho em uma praia imprópria se a água estiver visualmente limpa?
Não. A contaminação microbiológica não é visível. Mesmo com aparência limpa, a água pode estar cheia de bactérias nocivas.

3. Por que chove e as praias ficam impróprias?
As chuvas arrastam lixo e esgoto das ruas para os rios e o mar, elevando os níveis de poluição temporariamente.

4. O que causa a contaminação das praias?
Despejo de esgoto sem tratamento, lixo urbano, ligações clandestinas de esgoto e má gestão ambiental são os principais causadores.

5. O que posso fazer para ajudar?
Evite jogar lixo nas ruas, use produtos biodegradáveis, denuncie irregularidades e compartilhe informações confiáveis sobre balneabilidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário